sábado, 27 de agosto de 2011

Inesperadamente

Que posso dizer-te agora? Apanhaste-me de surpresa. O teu carinho, o teu sorriso, a tua mão na minha e o calor do teu abraço. O que não dizes quando te apanho a olhar para mim, o que dizes quando estás longe e sentes que o momento que temíamos está a chegar; 
Apanhou-me de surpresa o teu optimismo, a tua fragilidade em pequenas coisas - mesmo que nem tu o saibas - e a tua constante procura de mimos, de carinho, de beijos ternos como o miúdo que nunca vais deixar de ser. 
Com grande surpresa surgiu também tudo isto, as noites que faziam todo o sentido, os dias inteiros sem um único momento aborrecido, as gargalhadas constantes, a partilha e compreensão a um ponto inacreditável, as idas às compras, a viagem deliciosamente espontânea que nunca pensámos em fazer. 
E agora? 
Será que posso dizer-te o que sinto por ti, o quanto estes dias me fizeram feliz tal como já não o era há tanto tempo? Será que devo dizer-to agora, antes de ir, ou não será isso egoísmo da minha parte? Será que sabes o tanto que tenho medo de dizer - Porque não me quero magoar, e eu já me magoei tanto - e muito menos magoar-te a ti. 
Será que sabes que sinto ainda mais que tu, que pareces sentir mundos e fundos, que vais dizendo o quanto vais sentir a minha falta quando me for embora? Será que sabes o quanto és importante na minha vida, o quanto és especial, o o quanto me tens feito feliz - Sem tirar nem pôr - a toda a hora, minuto e segundo, desde que decidimos por fim deixar-nos de parvoíces e admitir que não, não somos criaturas insensíveis.
Será que há alguma maneira de o saberes sem eu ter de to dizer? Ou terei eu de parar de te afastar também, terei eu de fazer aquilo que me aterrorizou em nós desde o início, admitir que talvez no final de contas eu e tu façamos todo o sentido do mundo...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Fui entrando na tua vida, tu foste entrando na minha. Fomos partilhando pormenores, segredos, histórias. E de repente fazes-me falta. Não deveria ter acontecido isso -Ambos sabemos que me vou embora e só queremos aproveitar ao máximo tudo o que a vida nos trouxer - Então, porquê? Porque teremos deixado isto chegar a este ponto? Este em que subitamente prevemos reacções um do outro e surge um carinho fora do normal, um que não devia sequer ser vislumbrado considerando tudo o que sabemos um sobre o outro. Porque é que as conversas fluem e o sorriso é constante, porque é que se vai tornando mais difícil pensar no capítulo seguinte como se nada fosse, ou sequer como se nós os dois não fossemos coisa nenhuma?
E tu, o que achas? Será que isto era mesmo suposto ser assim?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Here we go again...

Estou há tanto tempo à deriva. Já tive tantas certezas, como é que as perdi mais uma vez? Quem poderia adivinhar que a minha vida ia ser virada do avesso uma vez mais, e que ia demorar tanto tempo a voltar a orientar-me? Não estava a contar estar sozinha outra vez nisto... Recostei-me e voltei a confiar que não precisava de resolver tudo assim, cada dia mais longo que o anterior, cada peso multiplicado por dois, três, cada vez mais... Vou voltar a acreditar que desta vez vai ser diferente, e que vou voltar a ganhar tudo o perdi - espero que, temporariamente. Esperar que até à próxima, faltem, pelo menos, uns bons meses... E ganhar juízo até lá. Tranquilidade q.b. Alguma sabedoria seria sem dúvida bem vinda. E mais que tudo isso... A felicidade que tinha demorado tanto a encontrar e afinal estava ali mesmo, à mão de semear, nas coisas mais pequenas de todas...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Circunstancial... E temporária

É bom estar-se sozinho. É bom não termos de nos preocupar com mais ninguém para além de nós próprios, é bom poder cometer erros e fazer o que quisermos sem consequências para outras pessoas, para além de nós próprios. É bom não discutir, é bom não sofrer e estar dependente de outra pessoa para estarmos, ou sermos, felizes.
É bom tomarmos decisões por nós e por tudo o que é importante para nós, seguir em frente e ser sempre tudo uma aventura, podermos começar do zero quando e onde quisermos, no strings attached, no questions asked.
É bom, é optimo estar-se sozinho, sem complicações, sem dores de cabeça, sem chatices, sem discussões... Partilhar apenas o necessário e conveniente, deixar feridas, mágoas e desilusões para trás, como se deixassem de existir.
E ontem, enquanto olhava para a Avenida da Liberdade no miradouro de São Pedro, pensei - Não, não quero estar sozinha para sempre...
Ontem pensei, que estou cansada de histórias a curto prazo, da tal frieza de robô, da total falta de envolvimento, eu quero, eu queria alguém que se preocupasse. Alguém que quisesse saber se cheguei bem a casa. Que nota se estiver triste, que me agarra a mão, que me dá um beijo na testa e me abraça... Alguém que se eu precisar de algo, possa dizê-lo sem medo, alguém que possa abraçar, e eu sinto tanta falta de um abraço.
Alguém que me dá valor e veja tudo o que eu sei e tudo o que eu não sei que posso ser...
Estou cansada de obrigar-me a não sentir, a não estar, a não ser... Nada, para além de passageiro, leve, circunstancial, à distância de um telefonema. Prático, é certo. Seguro, talvez. Mas, durante quanto mais tempo é que vou conseguir suportar - obrigar-me - todos os dias, a deixar de sentir?

sábado, 14 de maio de 2011

O que pensas que estás a fazer?  Pára. 
(Só estou contigo porque não tenho medo de sentir a tua falta!)
Não me faças habituar a ti...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Desejos simples, desejos (in)conscientes, desejos intermináveis

Gostava que estivesses comigo. Ontem, hoje, amanhã... Gostava que me dissesses o que fazer, que me deixasses chorar no teu ombro, que me dissesses que vai correr tudo bem. Que me abraçasses como só tu sabes e deixasses as horas passar, sem correrias, pressas, relógios e agendas. 
Gostava que fosse tudo simples. Gostava que me desses todas as respostas às perguntas que vou tendo e que ninguém me sabe responder - Não como tu, com certeza, o farias. Gostava que pensar em ti não significasse mágoa, gostava que não me fizesses chorar e tudo fosse simples outra vez. Tenho a certeza que as coisas já foram simples, um dia. Dizes que ainda te lembras, dizes que te lembras todos os dias... E eu gostava de acreditar.
Gostava que fosse fácil. Mas nunca é fácil dizer adeus às pessoas que amamos, não quando não o queremos fazer e principalmente quando não conseguimos dizer nada mais para além do já cliché "adeus, mas por favor não me deixes ir embora"
Gostava que me ajudasses a perceber quem sou, como sempre o fizeste. Agora que me assusto a mim própria, agora que estou à deriva sem saber o que fazer. Mas já nem tu o sabes sequer e cabe-me a mim descobrir-me, sozinha. E não sei se quero. Não sei se quero crescer, mudar, evoluir, avançar... Sem ti. 
Porque se eu fôr agora, perco-te para sempre. Perco definitivamente, tudo o que construímos ao longo deste tempo... Que nos parecia interminável. Que ainda não acredito que vai acabar assim.
Gostava que voltássemos a ser nós - Mas os tempos são outros e quando voltares a ser quem eras para mim, eu já me terei ido há muito tempo - E tu terás sido, gostes ou não, o cúmulo das desilusões, tu que prometeste mundos e fundos, tu que eu vou amar para sempre e a quem eu gostaria mesmo de nunca ter de dizer adeus.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Inconsistências

Precisei tanto de ti. Outros braços, outra boca, outros olhos, mas não os teus, nunca os teus. Outra noite, mais uma, outra a seguir, mas nunca olhaste, esperei mas nunca ligaste, nunca vieste e eu, eu deixei-me ficar. Chamei-te mas não ouviste. E agora? Será que és tu que me chamas, com a rouquidão típica de quem nunca teve necessidade de chamar alguém? Será que é o meu nome que gritas? Ou será que é isso que a mim me parece, que tenho tantas saudades tuas? Será que escuto sílabas desconexas e será apenas lógico assumir que juntas estarão muito próximas do meu nome? 
Será pois que faz tanto sentido quanto isso, chamares-me agora que já desisti de nós? E tu, há quanto tempo desististe de ti próprio?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O nosso tempo

O passado. Inalterável. Achas que se voltássemos atrás seria tudo diferente? Ou voltaríamos simplesmente a onde estamos agora? 
Sei que não queria ter-te perdido assim. Foste tudo e agora já não te conheço, sei que já não conseguiria começar a conhecer-te de novo - Já não seria capaz! E tu, serias?.Não tenho o direito de te dizer que tenho saudades do que éramos - Mesmo porque no final, não éramos assim tanto, pois não? Nunca chegámos a conseguir sê-lo verdadeiramente tudo o que sabíamos ser capazes de ser, juntos...
Sabes? Relembrei hoje muito do que fez com que quebrássemos com a pressão e fôssemos obrigados a desistir; E sim, claro que tenho saudades nossas e de tudo o que construímos, tudo o que parece agora tão distante. Mas sabemos ambos que nunca foi - nem seria - o suficiente... 
Se calhar já é tempo de deixar esse passado,  tão inalterável, naquele sítio recôndido, sombrio, melancólico, em que sempre devia ter ficado... Se calhar é tempo de deixarmos, verdadeiramente, o tempo tomar o seu rumo. Se calhar é tempo, de outra coisa qualquer. Mesmo porque mesmo que não tenhamos noção disso, o nosso tempo, esse, já acabou...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ausência

Disseste: "Já era tempo" e partiste. E eu não reparei, deixei-me estar. Pensei que a tua ausência fosse apenas momentânea, que fosse outra das coisas que fazias e que me deixavam a pensar que nunca conheci alguém tão detestável, alguém tão adorável e ao mesmo tempo tão especial quanto tu foste, sempre, para mim - Ao mesmo tempo. Mas a tua ausência foi-se tornando mais pesada - Como são sempre mais pesadas as coisas que nos magoam - e percebi que não voltarias tão cedo - ou secretamente sabia que não voltarias nunca mais.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sentença

Talvez ambos fôssemos culpados de olhar, sentir, sorrir;  Sim, éramos culpados de tudo o que jurámos e de tudo o que roubámos um ao outro. Éramos culpados e sabíamos, com a certeza de mil vidas que nunca vivemos juntos, mas nada havia a fazer, nada podia ser dito. E agora? Como vais tu proclamar a sentença final, como vais já no corredor da morte substituir em mim esse desejo de amar quem já não está, de amar quem não poderei nunca amar, de amar como nunca nos amámos verdadeiramente...?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Para mim, faz todo o sentido...

Com o tempo, tornou-se fácil não pensar. Tornou-se fácil para mim passar à frente, andar sem olhar para trás, continuar como se nada fosse. De repente já não custa, já não dói. Já nem sequer me lembro... 
Mas depois de tanto tempo, o sorriso já não é igual. A gargalhada não soa ao mesmo e ecoa, desprotegida. A música parece distante e vazia, monótona, como se tudo fosse parte do mesmo álbum que ouvimos vezes sem conta, tantas que as músicas se misturam até parecerem sempre a mesma, em modo repeat, vezes e vezes sem conta.
No final da noite estou em casa, pronta para dormir, e por vezes a chuva cai lá fora. Não de uma forma mágica, não de uma forma romântica, nem sequer de uma forma agressiva ou violenta. Simplesmente, cai lá fora, e a cada vez percebo: Não me dói, e não me causa desprezo, e não me custa afastar-me sem olhar para trás, porque não sinto. Não sinto nada.
E nesta busca desenfreada pela ausência de emoções esqueci-me que a vida sem sentir é tão vazia que deixa de fazer... Sentido. Sem amor, sem paixão, mas também sem ódio, sem discussões, sem choros, sem dor, sem desilusão, arrependimento, sem nada, não sou, não respiro, não vivo. Nem sequer sobrevivo, definho sem vontade de voltar, sem vontade de ser. 
Assim vou ficando, esperando por aquele dia: Aquele em que vens e me deixas sentir de novo. O dia em que me garantes que não vai voltar a ser o mesmo e que vai correr tudo bem. O dia em que me dizes que não faz mal sentir, desde que se sinta sem moderação, com paixão, com tudo, com cada centímetro do corpo, com cada suspiro e cada fôlego, desde que ame como se o mundo fosse acabar nos próximos segundos e a chuva volte a ser a dádiva sagrada que torna tudo brilhante e que limpa a alma como tudo, como nada.
Vou esperando por aquele dia em que me vou dizer que não há problema, está tudo bem. Mas sobretudo o dia - aquele dia - em que me vou permitir, a mim própria, voltar a sentir!...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um Amor Impossível

Quero esse amor impossível, intenso, apaixonante, suicida, louco, jack-nicholson-voando-sobre-um-ninho-de-cucos-iano, um amor que não dá tempo para respirar, frágil, escorregadio, macio e suave como seda...
Quero-o temporal, com prazo de validade e impróprio para consumo, quero-o fresco e fofo mas sobretudo para consumir de preferência nos próximos 15 dias - Com muita, muita urgência.
Quero esse amor em doses pequenas, afogueantes, miniaturas amostrais. Quero-o só uma colherzinha de cada vez, uma cheiradela, um toque, à experiência, um menu de degustação de edição limitada.
Quero esse amor só para mim, aliás quero esse amor só para nós, e quero-o já, mas quero-o de pouca duração e se puder ser até que gostava de guardar uma recordação - Porque a verdade é que sabe sempre bem ter algo para relembrar - Deixa-me uma frase simbólica, cliché e envergonhada, deixa-me isso antes de ires e desapareceres do meu facebook, do meu radar de visão, do sinal do meu gps, e nunca te esqueças que este amor nunca poderia ser nem mais nem menos que impossível.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Tua

Não sou tua. Já não sou tua há muito tempo. Tenho a minha vida, os meus desejos, as minhas necessidades, e estou dependente de mim mesma - Não de ti, nunca mais de ti.
Eu estou acima de tudo o resto - Sou minha e sou responsável pelas decisões que tomo. E se a decisão tivesse sido tu, sei que seria responsável por ela também. Mas não seria responsável por ti. Nunca seria responsável por ti.
Não preciso de ti para ser feliz - Já to disse, alguma vez? Provavelmente.
Não escrevo para ti. Já não escrevo nada para ti há tanto tempo. E tu não sabes, pois não?
Achas que ainda vives na minha vida, nos  meus pensamentos, nas minhas tristezas e na minha solidão, mas não vives - Já te foste embora, e porque é que eu havia de olhar para trás? 
Porque é que eu havia de continuar a fazer tudo bem, se tu não o fizeste?
Porque é que eu continuaria a sonhar com algo que já não faz sentido há tanto tempo? Sim, tenho sonhos - Tenho sonhos de todas as cores e feitios. Nenhum deles contigo. 
Tive uma vida que não conheces. Tive paixões que nunca chegaste a entender, outras que nunca chegaste  mesmo a saber que existiram. Mas eu, eu sou tudo isso. Eu, existo em tudo o que vivi, em tudo a que sobrevivi e em tudo o que vier a seguir. Posso ter errado muito mas aprendi muito, muito mais. E agora o meu passado bateu-me à porta mas tu não sabes, tu não vês. Agora, vou conseguir continuar a ser eu e a ser feliz porque eu sou minha, sou mesmo minha, serei sempre minha e a verdade é que tua não serei nunca mais...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Reminiscing

Hoje sei exactamente o que quero. Tenho quase a certeza que sei o que quero. Hoje queria-te aqui comigo. Queria aconchegar-me junto a ti, ver o filme que acabámos por nunca ver, dizer-te o que nunca cheguei a dizer. Hoje só queria mesmo estar, sem pensar em mais nada, sem pensar que não vai dar – Nem que desta vez corresse tudo bem e o timing fosse o certo, finalmente, não vai dar. Hoje quero esquecer que estou bem sozinha e que não preciso de ti para ser feliz, que nunca precisei de ti para ser feliz. Hoje quero esquecer-me que me magoaste, e que me prometeste coisas que não podias cumprir. Hoje quero deixar-me estar e não pensar no que não devo, no que não posso, no que preciso, no que é melhor ou pior para mim; Hoje não quero longos prazos, longas distâncias, longas mágoas, longas conversas e discussões silenciosas, hoje quero só ver-te, cheirar-te, relembrar tudo o que tivemos ou o que não tivemos e ficar, ficar assim. Hoje quero querer o que eu quiser – E pronto!
E tu, pelo menos hoje, será que sabes o que queres?

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Não me peças nada

Não quero, não posso. Não me peças isso, não me peças nada. Não me prometas nada – mesmo que saibas que podes cumprir. Não me mintas e não me enganes – A não ser que eu te peça por favor (E é provável que to peça) – Então aí sim, mente-me, engana-me, ilude-me.
Então aí deixa que sinta tudo o que devia sentir, deixa-me ter a certeza que ainda existe alguém capaz de me fazer sentir algo mais para além de saudades, desespero, para além de arrependimento, para além de mágoa e simplesmente, amor. Um amor estranho, um amor que acaba por não ser amor, porque havia de ser, se não traz nada de bom? Um amor dependente, um amor doentio, um amor que estraga e destrói. Um amor só meu.
Mas não me trates bem, não me trates como eu mereço, não me respeites, não me mimes, não me abraces e por favor não estejas para mim se eu precisar. Eu não quero precisar de ti.
Não me faças pensar que poderás ser algo mais. Não me faças pensar para além do agora, do aqui, do presente. Não me faças pensar. Não me faças sentir, porque já não sei se consigo, porque já não sei se quero. Posso tentar. Mas não me peças isso.
Por favor - E se é que to posso pedir!... A mim, não me peças nada.

domingo, 22 de agosto de 2010

Já não era sem tempo...

É tempo. Tempo de queimar papéis, deitar chaves fora e oferecer a quem quiser. Tempo de arrancar raízes, empacotar, desmanchar as peças. 
É tempo de apagar mensagens, números e históricos, eliminar items permanentemente. Tempo  de doar para a caridade e reciclar. Esquecer os segredo e curar para sempre as mágoas.
É tempo de alisar o terreno, tapar os buracos, retocar, pintar de branco para o próximo que vier. Para o próximo que quiser chaves, raízes, históricos. Para quem quiser, conseguir! ser feliz assim!
É tempo de começar de novo, pouco a pouco. De voltar a aprender, a sonhar, De voltar a viver. 

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quoting

"Passion is the source of our finest moments: The joy of love, the clarity of hatred, and the ecstasy of grief. 
Passion. 
It lies in all of us. Sleeping, waiting, and although unwanted, unbidden, it will stir, open its jaws and howl. It speaks to us, guides us. 
Passion rules us all. And we obey. What other choice do we have?
If we could live without passion, maybe we'd know some kind of peace. 
But we would be hollow. 
Empty rooms, shuttered and dank. 
Without passion, we'd be truly dead."

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quando não és tu...

Magoas-me. Magoas-me sempre que não és tu. E eu amo-te, amo-te a ti. Mais do que imaginas, mais ainda do que te mostro - E eu tento sempre mostrar-te tanta coisa...
Quando não és tu, odeio-te. Com a força de mil ódios dispersos, lúgubres, detestáveis, odeio-te porque quando não és tu, nunca sei quando vais voltar para mim.
Quando não és tu, mais vale estar sozinha, mais vale viver a minha vida sem olhar para trás, quando não és tu pergunto-me... Pergunto-me se valerá a pena, se conseguiria afastar-me de ti quando não és tu, mas e depois?
Quando és tu quero abraçar-te, cuidar de ti, dizer que vai correr tudo bem. Quero aninhar-me em ti e deixar as horas passar. Quando és tu, é tudo simples e fácil e fazes-me a pessoa mais feliz do mundo. E quero dar-te tudo, e quero ser para ti o melhor que conseguir ser. Quando és tu, esqueço-me sempre que podes deixar de o ser a qualquer momento, e entrego-me, e dou-me, e anseio por mais e mais e mais.
Quando não és tu, dói-me. Quando não és tu, tenho medo de falar, de gritar, de chorar, porque não te conheço. Onde foste? Volta! Por favor, volta! Quando não és tu, não és mesmo tu - E tenho tantas saudades tuas...
Preciso de ti - Não de ti quando não és tu, mas de ti quando me amas e cuidas de mim e não me queres deixar fugir porque já não sabes ser, sem mim. Não sabes ser tu.
Então vem ter comigo, podemos fugir os dois, juntos, podemos fugir e deixar para sempre esse tu que não és tu e que nunca poderá destruir-nos a nós que somos nós, que somos tanto, que somos tudo...

Divagando - Solidão

Quando nos habituamos a estar sozinhos, as coisas tornam-se mais simples. Mais seguras. Aprendemos a tomar conta de nós, a esperar de nós o que sabemos ser capazes de alcançar e talvez até mais um pouco que com esforço pode ser possível, não certo; Aprendemos a viver com os erros que cometemos e que nos prejudicam, reconhecemos culpa e responsabilidade pelos nossos actos. Quando estamos sozinhos podemos nunca nos desculpar totalmente, mas vamos sempre lembrar-nos de como estivemos mal e como causámos situações mais ou menos reversíveis. Mea culpa. Ponto final.
Mas quando não estamos sozinhos, tudo se torna mais complexo. Quando não estamos sozinhos tornamo-nos vulneráveis e encontramo-nos na situação perigosa de magoar e sermos magoados. E já não somos só nós que sofremos, já não somos só nós que sentimos. Quando não estamos sozinhos, esperamos mais e queremos mais, porque achamos que já podemos contar com alguém para dividir as coisas más, as coisas boas...
Mas por vezes esquecemo-nos também, que se estivermos dependentes de outra pessoa para sermos felizes, esse é um risco muito grande. Até que ponto vale a pena arriscarmos a nossa felicidade em prol de outro?
Até que ponto devemos abdicar da nossa capacidade de sermos felizes, por nós, por quem somos, pelo que fazemos e pelas experiências que vivemos como indivíduos e não como parte de alguma associação com outrem? Porque é que havemos de deixar que outra pessoa decida e controle os nossos humores, as nossas disposições, o nosso sono, a nossa saúde, as nossas lágrimas? Porque é que deixaríamos de ter o controle total sobre isso?
Resposta: Ainda por descobrir...

domingo, 25 de outubro de 2009

Talvez um dia

Talvez um dia consigas ouvir por fim tudo o que eu tento não te dizer; Talvez um dia entendas quem eu sou e o porquê de querer tanto ser feliz. Talvez um dia não seja preciso falar e o silêncio por magia se torne mais leve, mais confortável, mais doce. Talvez um dia percebas que sou muito mais forte do julgas; Mas que sinto bem mais do que mostro; E que quando mostro, é só porque estive demasiado tempo a sentir demais...
Talvez um dia me vejas;
Talvez nesse dia, eu já não esteja por aqui.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Só porque...

Só porque às vezes apetece, apetece qualquer coisa e não sabemos bem o quê; Não queremos ser paranóicos e dizer que está tudo contra nós, porque no fundo não está; Não queremos ser dramáticos e dizer que está tudo errado porque no fundo sabemos que não está.
Há sempre qualquer coisinha que está bem, há sempre algo que podia ser pior; Mas, às vezes são só mesmo umas coisinhas, e às vezes são tão pequenas que para as vermos precisamos assim de um daqueles telescópios que aumente 100x e para isso chegamos a precisar de um amigo que chegue, se coloque ao nosso lado, ponha a mão no nosso ombro e diga "vês, está ali, estás a ver aquele pontinho?" e nós dizemos "aaah". E muitas vezes nem estamos a ver bem o que é. Só dizemos esse tal "aaah" para não mandarmos uma belinha ao amigo e o mandarmos passear.
Só porque às vezes, apetece ser pessimista; Só porque às vezes apetece mesmo deitar tudo para o chão por uma vez e não ir a correr limpar, arrumar, aspirar; Só porque às vezes parece-nos que ganhámos o direito de não estar bem, de gritar, de berrar, de partir, de estragar, de irritar, de chorar, como queques, bolas de berlim, e madalenas arrependidas... Só porque às vezes apetece mudar de personalidade e mandar tudo às urtigas e sermos quem não somos...
Só porque, às vezes, custa mesmo muito. Só porque sim.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sobre desistir...

Certas palavras têm o seu próprio significado: Desistir é uma delas.
Como princípio, tem uma má conotação: Se desistes, tornas-te um perdedor. Simples, óbvio – Mas será mesmo assim? Desistir nunca é fácil. Mas não será mais fácil desistir que continuar a insistir, sabendo o que o que estará para vir, se não o fizermos?
Defendo activamente que desistir será, sempre o mais fácil – Mas reconheço, pois, limitações a esta teoria: Não será antes um sinal de uma enorme inteligência, caso já todas as hipóteses tenham sido esgotadas? Aí sim, olho com grande admiração para quem o consegue fazer... Isto porque se vai tornando mais e mais difícil desistir à medida que se tenta tanto, que há tanto esforço, tanta emoção, por vezes tanto dinheiro ou simplesmente tanto súor envolvidos...
Para mim, é preciso muito para desistir de algo. E chega a estar entre os verbos mais extremos com que a Língua Portuguesa nos agraciou! (Juntamente com amar, ou odiar, sentimentalismos aparte)
Por isso, para que seja considerado digno desistir há que tentar ao máximo primeiro, não o fazer. Não o querer fazer – Por nada, por ninguém. E no que toca a esse máximo, quem o define seremos sempre nós. Mais ninguém.

sábado, 11 de julho de 2009

"Passion"

Normalmente, as maiores paixões são as que acabam por não ser concretizadas. As que lembramos com saudade, as que resistem à passagem do tempo, as que nos fazem pensar que a possibilidade de verdadeira felicidade está muito mais próxima do que achámos à partida... São aquelas baseadas em expectativas quase imperceptíveis, em "talvez"s.
Aquele beijo de despedida que podia ter sido algo mais, aquele rapaz com quem flertámos dias a fio mas cujo nome acabámos por não descobrir, aquele abraço que podia ter levado a inúmeras carícias em silêncio, a noite a avançar enquanto dois corpos moldam, se perdem, se habituam... Aquele café de aeroporto que podia ter significado muito mais do que nos atrevemos sequer a imaginar.
As maiores paixões não sobrevivem às discussões mesquinhas do dia-a-dia, aos humores matinais, às parvoíces insignificantes, ao magoar propositadamente, aos momentos mortos, às decisões e escolhas limitativas. Não sobrevivem à realidade que acaba por se sobrepôr a qualquer outra alternativa (tão mais convidativa!).
As maiores paixões são utópicas, são puras, são flawless, irreais. Logo morrem, infectam. Auto-destroem-se.

E se, quando estávamos prestes a desistir, alguém chegasse para nos provar que essas grandes paixões... Sobrevivem...?
Talvez nos limitemos a desejar, a esperar, com todas as nossas forças, que uma paixão assim tão exageradamente ideal, certa, firme, completa, acabe por desfalecer, de preferência, por si só... Porque sinceramente, quem é que está preparado para viver a vida assim tão intensamente?

domingo, 21 de junho de 2009

Fácil?

Por vezes é mais fácil fugir do que enfrentar o que deve ser enfrentado; É mais fácil chorar do que passar à frente; É mais fácil pôr a culpa noutro sítio e esperar que niguém repare;
Mas por vezes, é só necessário. Por vezes, tem mesmo de ser. Por vezes, estamos tão desiludidos, tão desmembrados, tão saturados, tão tristes, tão cansados... Que nada mais resulta. E por vezes, quem importa somos nós.
Não perdôo quem não me quer conhecer, não perdôo quem toma partidos; Não perdôo quem não me respeita; Não perdôo quem duvida de mim. Não perdôo realmente ninguém, porque primeiro venho eu. E afinal, se eu não me perdoar a mim própria, de que serve o resto?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Um dia faço-te feliz

A vida apanhou-nos de surpresa, trocou-nos os planos - A nós, que tínhamos a certeza de tudo - Troçou de nós, pôs-nos à prova, e nós... Passámos no teste.
(Um dia fugimos os dois.
Um dia, fazemos uma road trip
e conhecemos juntos coisas grandiosas.

E prometo, um dia faço-te feliz.
)