quarta-feira, 14 de abril de 2010

Divagando - Solidão

Quando nos habituamos a estar sozinhos, as coisas tornam-se mais simples. Mais seguras. Aprendemos a tomar conta de nós, a esperar de nós o que sabemos ser capazes de alcançar e talvez até mais um pouco que com esforço pode ser possível, não certo; Aprendemos a viver com os erros que cometemos e que nos prejudicam, reconhecemos culpa e responsabilidade pelos nossos actos. Quando estamos sozinhos podemos nunca nos desculpar totalmente, mas vamos sempre lembrar-nos de como estivemos mal e como causámos situações mais ou menos reversíveis. Mea culpa. Ponto final.
Mas quando não estamos sozinhos, tudo se torna mais complexo. Quando não estamos sozinhos tornamo-nos vulneráveis e encontramo-nos na situação perigosa de magoar e sermos magoados. E já não somos só nós que sofremos, já não somos só nós que sentimos. Quando não estamos sozinhos, esperamos mais e queremos mais, porque achamos que já podemos contar com alguém para dividir as coisas más, as coisas boas...
Mas por vezes esquecemo-nos também, que se estivermos dependentes de outra pessoa para sermos felizes, esse é um risco muito grande. Até que ponto vale a pena arriscarmos a nossa felicidade em prol de outro?
Até que ponto devemos abdicar da nossa capacidade de sermos felizes, por nós, por quem somos, pelo que fazemos e pelas experiências que vivemos como indivíduos e não como parte de alguma associação com outrem? Porque é que havemos de deixar que outra pessoa decida e controle os nossos humores, as nossas disposições, o nosso sono, a nossa saúde, as nossas lágrimas? Porque é que deixaríamos de ter o controle total sobre isso?
Resposta: Ainda por descobrir...

Sem comentários: