Que posso dizer-te agora? Apanhaste-me de surpresa. O teu carinho, o teu sorriso, a tua mão na minha e o calor do teu abraço. O que não dizes quando te apanho a olhar para mim, o que dizes quando estás longe e sentes que o momento que temíamos está a chegar;
Apanhou-me de surpresa o teu optimismo, a tua fragilidade em pequenas coisas - mesmo que nem tu o saibas - e a tua constante procura de mimos, de carinho, de beijos ternos como o miúdo que nunca vais deixar de ser.
Com grande surpresa surgiu também tudo isto, as noites que faziam todo o sentido, os dias inteiros sem um único momento aborrecido, as gargalhadas constantes, a partilha e compreensão a um ponto inacreditável, as idas às compras, a viagem deliciosamente espontânea que nunca pensámos em fazer.
E agora?
Será que posso dizer-te o que sinto por ti, o quanto estes dias me fizeram feliz tal como já não o era há tanto tempo? Será que devo dizer-to agora, antes de ir, ou não será isso egoísmo da minha parte? Será que sabes o tanto que tenho medo de dizer - Porque não me quero magoar, e eu já me magoei tanto - e muito menos magoar-te a ti.
Será que sabes que sinto ainda mais que tu, que pareces sentir mundos e fundos, que vais dizendo o quanto vais sentir a minha falta quando me for embora? Será que sabes o quanto és importante na minha vida, o quanto és especial, o o quanto me tens feito feliz - Sem tirar nem pôr - a toda a hora, minuto e segundo, desde que decidimos por fim deixar-nos de parvoíces e admitir que não, não somos criaturas insensíveis.
Será que há alguma maneira de o saberes sem eu ter de to dizer? Ou terei eu de parar de te afastar também, terei eu de fazer aquilo que me aterrorizou em nós desde o início, admitir que talvez no final de contas eu e tu façamos todo o sentido do mundo...
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