segunda-feira, 14 de março de 2011

Desejos simples, desejos (in)conscientes, desejos intermináveis

Gostava que estivesses comigo. Ontem, hoje, amanhã... Gostava que me dissesses o que fazer, que me deixasses chorar no teu ombro, que me dissesses que vai correr tudo bem. Que me abraçasses como só tu sabes e deixasses as horas passar, sem correrias, pressas, relógios e agendas. 
Gostava que fosse tudo simples. Gostava que me desses todas as respostas às perguntas que vou tendo e que ninguém me sabe responder - Não como tu, com certeza, o farias. Gostava que pensar em ti não significasse mágoa, gostava que não me fizesses chorar e tudo fosse simples outra vez. Tenho a certeza que as coisas já foram simples, um dia. Dizes que ainda te lembras, dizes que te lembras todos os dias... E eu gostava de acreditar.
Gostava que fosse fácil. Mas nunca é fácil dizer adeus às pessoas que amamos, não quando não o queremos fazer e principalmente quando não conseguimos dizer nada mais para além do já cliché "adeus, mas por favor não me deixes ir embora"
Gostava que me ajudasses a perceber quem sou, como sempre o fizeste. Agora que me assusto a mim própria, agora que estou à deriva sem saber o que fazer. Mas já nem tu o sabes sequer e cabe-me a mim descobrir-me, sozinha. E não sei se quero. Não sei se quero crescer, mudar, evoluir, avançar... Sem ti. 
Porque se eu fôr agora, perco-te para sempre. Perco definitivamente, tudo o que construímos ao longo deste tempo... Que nos parecia interminável. Que ainda não acredito que vai acabar assim.
Gostava que voltássemos a ser nós - Mas os tempos são outros e quando voltares a ser quem eras para mim, eu já me terei ido há muito tempo - E tu terás sido, gostes ou não, o cúmulo das desilusões, tu que prometeste mundos e fundos, tu que eu vou amar para sempre e a quem eu gostaria mesmo de nunca ter de dizer adeus.

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