domingo, 6 de agosto de 2006

Certezas

E ontem soube! Não sei o quê, mas soube alguma coisa. Sabes, quando falámos sobre certezas? Eu pensei: Não quero certezas. Certezas doem demais. E não quero magoar-me. Não te quero magoar. De uma maneira definitiva fechei a questão «Não quero saber nada», apesar de não to ter dito. Mas quando soube, ontem, apesar de não saber bem o quê, soube-me tão bem!
As certezas são das coisas mais mortíferas que existem. Se eu tiver a certeza que não vou cair, largo a balustrada, abro os braços e beijo o vento que me bate na fronte. E se eu estiver errada caio. E valerá a pena esse momento de felicidade? Já me mostraram que não. Não, devido à dor crescente, ao pânico, à tortuosa tristeza. Mas tu fazes-me acreditar que sim. Fazes-me querer mais e mais esse momento de liberdade cega, em que me abraças e ali ficamos... Agarrados às certezas que vamos construindo...Aos poucos... Pedaço a pedaço...
Só quero apoiar a minha cabeça no teu ombro, aconchegar-me em ti e deixar-me ficar. Assim, naqueles momentos tão próximos da perfeição. E gostava de ter a certeza que haverá uma próxima vez, que tu não desaparecerás sem dizer nada, sem uma palavra, um aviso. Não consigo. Achas que me consegues prometer isso? Será que eu quero que me prometas isso? Acho que já não acredito em promessas... Não, sei que não acredito em promessas. Mas não conseguirei nunca estar plenamente contigo sem tudo isso: Sem certezas, promessas, talvez um dia tivesse sido capaz, mas não agora. Não assim. Não contigo. Vais tendo uma importância crescente na minha vida, em mim. Mas tenho tanto medo! Abraça-me, beija-me a testa e diz-me que está tudo bem... Deixa que me derreta enquanto passas as tuas mãos pelos meus ombros. Deixa que me perca em ti... E por enquanto... (Penso que concordas comigo, por muito que apeteça - Ou não) Não façamos promessas. Dói muito, dói demais. Ajuda-me primeiro a esquecer a dor, ajuda-me a conhecer-te melhor, a gostar cada vez mais (e alarmamente depressa) de ti.
Percorramos esse maldito tempo e a uma determinada altura saberei exactamente o que fazer com a primeira certeza que tive relação a ti, a de ontem. Por enquanto guardo essa certeza aqui, comigo, a primeira amarra a cair, a primeira ferida de muitas a sarar, juntamente com o que senti - senti-me feliz. Sempre que estou contigo, sinto-me verdadeiramente feliz, o que não acontecia há algum tempo. E agora o que faço com esta felicidade? Posso partilhá-la contigo? =)

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