terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um Amor Impossível

Quero esse amor impossível, intenso, apaixonante, suicida, louco, jack-nicholson-voando-sobre-um-ninho-de-cucos-iano, um amor que não dá tempo para respirar, frágil, escorregadio, macio e suave como seda...
Quero-o temporal, com prazo de validade e impróprio para consumo, quero-o fresco e fofo mas sobretudo para consumir de preferência nos próximos 15 dias - Com muita, muita urgência.
Quero esse amor em doses pequenas, afogueantes, miniaturas amostrais. Quero-o só uma colherzinha de cada vez, uma cheiradela, um toque, à experiência, um menu de degustação de edição limitada.
Quero esse amor só para mim, aliás quero esse amor só para nós, e quero-o já, mas quero-o de pouca duração e se puder ser até que gostava de guardar uma recordação - Porque a verdade é que sabe sempre bem ter algo para relembrar - Deixa-me uma frase simbólica, cliché e envergonhada, deixa-me isso antes de ires e desapareceres do meu facebook, do meu radar de visão, do sinal do meu gps, e nunca te esqueças que este amor nunca poderia ser nem mais nem menos que impossível.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Tua

Não sou tua. Já não sou tua há muito tempo. Tenho a minha vida, os meus desejos, as minhas necessidades, e estou dependente de mim mesma - Não de ti, nunca mais de ti.
Eu estou acima de tudo o resto - Sou minha e sou responsável pelas decisões que tomo. E se a decisão tivesse sido tu, sei que seria responsável por ela também. Mas não seria responsável por ti. Nunca seria responsável por ti.
Não preciso de ti para ser feliz - Já to disse, alguma vez? Provavelmente.
Não escrevo para ti. Já não escrevo nada para ti há tanto tempo. E tu não sabes, pois não?
Achas que ainda vives na minha vida, nos  meus pensamentos, nas minhas tristezas e na minha solidão, mas não vives - Já te foste embora, e porque é que eu havia de olhar para trás? 
Porque é que eu havia de continuar a fazer tudo bem, se tu não o fizeste?
Porque é que eu continuaria a sonhar com algo que já não faz sentido há tanto tempo? Sim, tenho sonhos - Tenho sonhos de todas as cores e feitios. Nenhum deles contigo. 
Tive uma vida que não conheces. Tive paixões que nunca chegaste a entender, outras que nunca chegaste  mesmo a saber que existiram. Mas eu, eu sou tudo isso. Eu, existo em tudo o que vivi, em tudo a que sobrevivi e em tudo o que vier a seguir. Posso ter errado muito mas aprendi muito, muito mais. E agora o meu passado bateu-me à porta mas tu não sabes, tu não vês. Agora, vou conseguir continuar a ser eu e a ser feliz porque eu sou minha, sou mesmo minha, serei sempre minha e a verdade é que tua não serei nunca mais...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Reminiscing

Hoje sei exactamente o que quero. Tenho quase a certeza que sei o que quero. Hoje queria-te aqui comigo. Queria aconchegar-me junto a ti, ver o filme que acabámos por nunca ver, dizer-te o que nunca cheguei a dizer. Hoje só queria mesmo estar, sem pensar em mais nada, sem pensar que não vai dar – Nem que desta vez corresse tudo bem e o timing fosse o certo, finalmente, não vai dar. Hoje quero esquecer que estou bem sozinha e que não preciso de ti para ser feliz, que nunca precisei de ti para ser feliz. Hoje quero esquecer-me que me magoaste, e que me prometeste coisas que não podias cumprir. Hoje quero deixar-me estar e não pensar no que não devo, no que não posso, no que preciso, no que é melhor ou pior para mim; Hoje não quero longos prazos, longas distâncias, longas mágoas, longas conversas e discussões silenciosas, hoje quero só ver-te, cheirar-te, relembrar tudo o que tivemos ou o que não tivemos e ficar, ficar assim. Hoje quero querer o que eu quiser – E pronto!
E tu, pelo menos hoje, será que sabes o que queres?

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Não me peças nada

Não quero, não posso. Não me peças isso, não me peças nada. Não me prometas nada – mesmo que saibas que podes cumprir. Não me mintas e não me enganes – A não ser que eu te peça por favor (E é provável que to peça) – Então aí sim, mente-me, engana-me, ilude-me.
Então aí deixa que sinta tudo o que devia sentir, deixa-me ter a certeza que ainda existe alguém capaz de me fazer sentir algo mais para além de saudades, desespero, para além de arrependimento, para além de mágoa e simplesmente, amor. Um amor estranho, um amor que acaba por não ser amor, porque havia de ser, se não traz nada de bom? Um amor dependente, um amor doentio, um amor que estraga e destrói. Um amor só meu.
Mas não me trates bem, não me trates como eu mereço, não me respeites, não me mimes, não me abraces e por favor não estejas para mim se eu precisar. Eu não quero precisar de ti.
Não me faças pensar que poderás ser algo mais. Não me faças pensar para além do agora, do aqui, do presente. Não me faças pensar. Não me faças sentir, porque já não sei se consigo, porque já não sei se quero. Posso tentar. Mas não me peças isso.
Por favor - E se é que to posso pedir!... A mim, não me peças nada.

domingo, 22 de agosto de 2010

Já não era sem tempo...

É tempo. Tempo de queimar papéis, deitar chaves fora e oferecer a quem quiser. Tempo de arrancar raízes, empacotar, desmanchar as peças. 
É tempo de apagar mensagens, números e históricos, eliminar items permanentemente. Tempo  de doar para a caridade e reciclar. Esquecer os segredo e curar para sempre as mágoas.
É tempo de alisar o terreno, tapar os buracos, retocar, pintar de branco para o próximo que vier. Para o próximo que quiser chaves, raízes, históricos. Para quem quiser, conseguir! ser feliz assim!
É tempo de começar de novo, pouco a pouco. De voltar a aprender, a sonhar, De voltar a viver. 

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quoting

"Passion is the source of our finest moments: The joy of love, the clarity of hatred, and the ecstasy of grief. 
Passion. 
It lies in all of us. Sleeping, waiting, and although unwanted, unbidden, it will stir, open its jaws and howl. It speaks to us, guides us. 
Passion rules us all. And we obey. What other choice do we have?
If we could live without passion, maybe we'd know some kind of peace. 
But we would be hollow. 
Empty rooms, shuttered and dank. 
Without passion, we'd be truly dead."

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quando não és tu...

Magoas-me. Magoas-me sempre que não és tu. E eu amo-te, amo-te a ti. Mais do que imaginas, mais ainda do que te mostro - E eu tento sempre mostrar-te tanta coisa...
Quando não és tu, odeio-te. Com a força de mil ódios dispersos, lúgubres, detestáveis, odeio-te porque quando não és tu, nunca sei quando vais voltar para mim.
Quando não és tu, mais vale estar sozinha, mais vale viver a minha vida sem olhar para trás, quando não és tu pergunto-me... Pergunto-me se valerá a pena, se conseguiria afastar-me de ti quando não és tu, mas e depois?
Quando és tu quero abraçar-te, cuidar de ti, dizer que vai correr tudo bem. Quero aninhar-me em ti e deixar as horas passar. Quando és tu, é tudo simples e fácil e fazes-me a pessoa mais feliz do mundo. E quero dar-te tudo, e quero ser para ti o melhor que conseguir ser. Quando és tu, esqueço-me sempre que podes deixar de o ser a qualquer momento, e entrego-me, e dou-me, e anseio por mais e mais e mais.
Quando não és tu, dói-me. Quando não és tu, tenho medo de falar, de gritar, de chorar, porque não te conheço. Onde foste? Volta! Por favor, volta! Quando não és tu, não és mesmo tu - E tenho tantas saudades tuas...
Preciso de ti - Não de ti quando não és tu, mas de ti quando me amas e cuidas de mim e não me queres deixar fugir porque já não sabes ser, sem mim. Não sabes ser tu.
Então vem ter comigo, podemos fugir os dois, juntos, podemos fugir e deixar para sempre esse tu que não és tu e que nunca poderá destruir-nos a nós que somos nós, que somos tanto, que somos tudo...

Divagando - Solidão

Quando nos habituamos a estar sozinhos, as coisas tornam-se mais simples. Mais seguras. Aprendemos a tomar conta de nós, a esperar de nós o que sabemos ser capazes de alcançar e talvez até mais um pouco que com esforço pode ser possível, não certo; Aprendemos a viver com os erros que cometemos e que nos prejudicam, reconhecemos culpa e responsabilidade pelos nossos actos. Quando estamos sozinhos podemos nunca nos desculpar totalmente, mas vamos sempre lembrar-nos de como estivemos mal e como causámos situações mais ou menos reversíveis. Mea culpa. Ponto final.
Mas quando não estamos sozinhos, tudo se torna mais complexo. Quando não estamos sozinhos tornamo-nos vulneráveis e encontramo-nos na situação perigosa de magoar e sermos magoados. E já não somos só nós que sofremos, já não somos só nós que sentimos. Quando não estamos sozinhos, esperamos mais e queremos mais, porque achamos que já podemos contar com alguém para dividir as coisas más, as coisas boas...
Mas por vezes esquecemo-nos também, que se estivermos dependentes de outra pessoa para sermos felizes, esse é um risco muito grande. Até que ponto vale a pena arriscarmos a nossa felicidade em prol de outro?
Até que ponto devemos abdicar da nossa capacidade de sermos felizes, por nós, por quem somos, pelo que fazemos e pelas experiências que vivemos como indivíduos e não como parte de alguma associação com outrem? Porque é que havemos de deixar que outra pessoa decida e controle os nossos humores, as nossas disposições, o nosso sono, a nossa saúde, as nossas lágrimas? Porque é que deixaríamos de ter o controle total sobre isso?
Resposta: Ainda por descobrir...