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Admito!, tenho medo que quando me soltares, estas correntes se quebrem, que será de mim depois? Sorris e dizes que basta voltar a levantar-me... Eu sei, eu tenho quase a certeza que sei... (Quase que acredito!), mas não me soltes já... Vou sentindos os grilhões, ásperos, nas palmas das minhas mãos, dão-me segurança, contrastam com o calor da minha pele (da tua). Sinto o vento na minha face, sinto-me liberta. E ainda assim, quero tanto trocar este aço que me controla e me condiciona e me guia (mais que eu gostaria), pelos teus dedos a brincar com os meus...
Deixa que me habitue aos nossos gritos, aos nossos silêncios, ao meu olhar que brilha quando penso o que tenho sempre tanto medo de dizer... Deixa que me habitue a ti, a este nós, a este fado que nos envolve, que troça de nós, tão ironicamente impotentes perante o que vai surgindo à nossa volta....
Deixa que (um dia) te diga tudo o que não consigo dizer e que te abrace como se o amanha não viesse e tivéssemos todo o tempo do mundo. Deixa que sorria e te olhe mais uma vez mais enquanto penso para mim o quanto gosto de ti.
Habitua-te a mim – Apesar de sabermos ambos que sim, vais ter de me largar um dia de qualquer maneira mas, e então? Pode ser que baloice de volta para ti... Para que me continues a empurrar, a largar, a empurrar de novo...Pode ser que caia... Me levante e me afaste....
Pode ser que a algum momento sejas tu o que resolve simplesmente parar de empurrar! Mas uma coisa é certa....
De quanto não terão valido esses momentos com a minha cabeça no teu peito e os teus braços à minha volta....?
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