terça-feira, 27 de março de 2007

Indiferença

Fotografia por ®gonçalves, «chose one»
Indiferente... É algo que não faz exactamente parte da minha pessoa... Talvez da que eu gostava tão em demasia de ser. Mas é muito raro conseguir. Mostrar? Iludir? Talvez. Agora, a ti, já nem isso. Ainda tento, inexplicavelmente...
Indiferente...
Como explicar o aperto no estômago que senti hoje de manhã, ou a total ausência de atenção para o que quer que seja, ou as reviravoltas que a minha mente não deu para o futuro, para o passado, para o presente, o que decidi e o que não decidi, o que seria melhor e pior... Como reagir? Perguntei-me a mim própria. Respondo, não sei... Ao começarmos tudo isto a única certeza que tivemos terá sido quase sempre a ausência de certezas... E como isso soube (tem sabido!)bem... Mesmo do lado mais masoquista da coisa...
Tenho me dado conta de muita coisa em relação a esta nossa primeira pessoa do plural, ultimamente... (Tal como tu, provavelmente) Mas assusta-me muito saber que sei, admiti-lo assim sem grandes reservas, sem máscaras, ironias, brincadeiras... Temos algo, apesar de não o querermos dizer com palavras já predefinidas, no fundo achamo-nos tão especiais que temos direito este «algo» só nosso:P
Indiferente?
Nunca o foste para mim, talvez por isso não o consiga ser na totalidade em relação a ti, neste momento, ou provavelmente em qualquer um, por muito que quisesse. E queria, quero ainda, quis hoje sê-lo e tentei - Fracasso total, já se vê. Queria conseguir tratar-te de maneira diferente, queria afastar-te agora e não me magoar nem a ti com tudo isso. Mas para quê, porquê? O mal (ou o bem... Quem sabe) já está feito... Já fui gostando de ti, habituando-me à tua presença de várias maneiras, na minha vida, em que entraste sem avisar! Quer goste de todas estas lamchices e da tua constante pessoa tão fazendo-se notar em quase todas as situações, quer não...
Indiferente? No fundo, nunca. (Mas queria, tanto, conseguir sê-lo...! - Mesmo que só ao telefone... Era pedir muito?)

sexta-feira, 16 de março de 2007

E a seguir...?

"houve um dia alguém, alguém que me fez ver, que para se amar também para isso há-que saber... houve um dia uma voz que no seu tom fez esquecer passado tão atroz, tão longe está já sem se ver..."


Porque será que não podes ser simplesmente essa voz que me faz esquecer o passado, ao invés de mo lembrares com essa persistência tão característica? Pára de me assombrar com os fantasmas que fui criando aqui por dentro.... (Este labirinto de emoções!) Não sabes bem - ou de todo - o efeito que tens em mim... Não sabes o quão frágil sou, mesmo que não o pareça, que não o dê a entender... E daí!, talvez não o seja, mas e se o fôr? Estás lá para me apoiar se precisar de ti? Ou abres assim esta tal caixinha dos meus erros, dos meus defeitos, e com tanto que tento esquecer... Tudo bem com isso, mas e a seguir, afastas-te? É que eu nunca te vou pedir para ficar, e não sei se quero que fiques...Não sei o que quero, já sabes que não me conheço... O que te deixarei mais descobrir sobre mim? Por favor, não me magoes mais do que consigo suportar.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Fragilidades

Prende-me os braços, as pernas, o pescoço, deixa que me canse de olhar para ti, diz-me tudo o que tens a dizer e que chore à tua frente, dias e noites, deixa também que te diga o que me vai na alma, sem poder fugir, sem desculpas vãs ou barreiras mais e menos frágeis... Deixa que te grite e te insulte e espanca-me o coração de mármore... Não sei quem és, não tens face - mas isso não é importante - aproxima só de mim o teu peito firme, quente, para que deslize o meu nariz pelo tecido suave da tua camisola, e sorria enfim. Deixa que um dia me liberte... Prometo que um dia deixarei de ser este Eu.