sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Inconsistências

Precisei tanto de ti. Outros braços, outra boca, outros olhos, mas não os teus, nunca os teus. Outra noite, mais uma, outra a seguir, mas nunca olhaste, esperei mas nunca ligaste, nunca vieste e eu, eu deixei-me ficar. Chamei-te mas não ouviste. E agora? Será que és tu que me chamas, com a rouquidão típica de quem nunca teve necessidade de chamar alguém? Será que é o meu nome que gritas? Ou será que é isso que a mim me parece, que tenho tantas saudades tuas? Será que escuto sílabas desconexas e será apenas lógico assumir que juntas estarão muito próximas do meu nome? 
Será pois que faz tanto sentido quanto isso, chamares-me agora que já desisti de nós? E tu, há quanto tempo desististe de ti próprio?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O nosso tempo

O passado. Inalterável. Achas que se voltássemos atrás seria tudo diferente? Ou voltaríamos simplesmente a onde estamos agora? 
Sei que não queria ter-te perdido assim. Foste tudo e agora já não te conheço, sei que já não conseguiria começar a conhecer-te de novo - Já não seria capaz! E tu, serias?.Não tenho o direito de te dizer que tenho saudades do que éramos - Mesmo porque no final, não éramos assim tanto, pois não? Nunca chegámos a conseguir sê-lo verdadeiramente tudo o que sabíamos ser capazes de ser, juntos...
Sabes? Relembrei hoje muito do que fez com que quebrássemos com a pressão e fôssemos obrigados a desistir; E sim, claro que tenho saudades nossas e de tudo o que construímos, tudo o que parece agora tão distante. Mas sabemos ambos que nunca foi - nem seria - o suficiente... 
Se calhar já é tempo de deixar esse passado,  tão inalterável, naquele sítio recôndido, sombrio, melancólico, em que sempre devia ter ficado... Se calhar é tempo de deixarmos, verdadeiramente, o tempo tomar o seu rumo. Se calhar é tempo, de outra coisa qualquer. Mesmo porque mesmo que não tenhamos noção disso, o nosso tempo, esse, já acabou...