domingo, 20 de maio de 2007

Quando os nossos corpos se separaram, por José Luís Peixoto

"quando os nossos corpos se separaram
olhámo-nos quase a desejar ser felizes.
vesti-me devagar, mas o corpo a ser ridículo.
disse espero que encontres um homem
que te ame, e ambos baixámos o olhar por sabermos
que esse homem não existe.
despedimo-nos.
tu ficaste para sempre deitada na cama e nua,
eu saí para sempre
na noite. olhámo-nos pela última vez
e despedimo-nos sem sequer nos conhecermos."
Fotografia de joana saraiva, fuga

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