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Aquele beijo de despedida que podia ter sido algo mais, aquele rapaz com quem flertámos dias a fio mas cujo nome acabámos por não descobrir, aquele abraço que podia ter levado a inúmeras carícias em silêncio, a noite a avançar enquanto dois corpos moldam, se perdem, se habituam... Aquele café de aeroporto que podia ter significado muito mais do que nos atrevemos sequer a imaginar.
As maiores paixões não sobrevivem às discussões mesquinhas do dia-a-dia, aos humores matinais, às parvoíces insignificantes, ao magoar propositadamente, aos momentos mortos, às decisões e escolhas limitativas. Não sobrevivem à realidade que acaba por se sobrepôr a qualquer outra alternativa (tão mais convidativa!).
As maiores paixões são utópicas, são puras, são flawless, irreais. Logo morrem, infectam. Auto-destroem-se.
As maiores paixões são utópicas, são puras, são flawless, irreais. Logo morrem, infectam. Auto-destroem-se.
E se, quando estávamos prestes a desistir, alguém chegasse para nos provar que essas grandes paixões... Sobrevivem...?
Talvez nos limitemos a desejar, a esperar, com todas as nossas forças, que uma paixão assim tão exageradamente ideal, certa, firme, completa, acabe por desfalecer, de preferência, por si só... Porque sinceramente, quem é que está preparado para viver a vida assim tão intensamente?