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Vejo reflectido em ti um amor que senti apenas uma vez. Uma vez que parece tão distante...Tão incómoda, desnecessária, desperdiçada. O quanto não dava por a desperdiçar toda em ti... É irónica esta dôr que sinto agora, tão forte, tão sincera, tão triste. Esta dôr que troça de mim. Dói-me muito amar-te, especialmente porque sei que podia - Devia - amar-te muito mais, muito mais completamente. É irónico... Agora sou eu que sou responsável por ti, não é? Agora sou eu que não sei bem o que fazer, porque gosto tanto de ti...
Dói-me pensar como penso - Dói-me ter tão pouco controle no que sinto, ao fim e ao cabo já sabia isso, mas só contigo integrei na realidade essa noção. Uma impotência absoluta.
Não tenho palavras para ti, para mim. De justificação. Bem tento, mas não as encontro. Mas o problema é que... elas existem de facto; Eu é que não tenho a coragem para as dizer.
Talvez um dia, espero que breve, essa coragem chegue a mim como por magia. Porque tudo isto se torna pior a cada dia que passa, por muito que te ame, te queira amar, por muito que me ames e mo tentes provar... Tudo isso cai, desfalecido, aos pés do que sinto (que, apesar de já ser muito, não é nada, comparado com o que não consigo sentir...).